O som do tatame. A busca pelo equilíbrio. A explosão de um lançamento perfeito. Na prática do Judô, essa tríade sintetiza mais do que um esporte de combate: revela um caminho de transformação pessoal e coletiva.
Originado no Japão, o judô transcendeu as fronteiras para se tornar um esporte olímpico, acessível e apaixonante, tanto para quem assiste quanto para quem pratica.
Cada luta se inicia com uma reverência. Cada movimento, com uma combinação de técnica, controle e respeito. Independentemente da idade ou da condição física, o judô oferece um convite: entrar em contato com seus próprios limites e, ao mesmo tempo, descobrir nele uma forma de conexão – com o adversário, com o parceiro de treino, com você mesmo.
Neste conteúdo curado, vamos conhecer suas raízes, curiosidades, regras, prática no Brasil e no mundo, equipamentos essenciais e onde encontrá-los.
História e origem da modalidade
A história do judô remonta ao Japão do século XIX, quando Jigoro Kanō fundou a arte-esporte em 1882, a partir da combinação de diferentes ramos de jujutsu, com foco em “máxima eficiência” e “benefício mútuo”.
A partir dessa síntese, o judô, cujo nome significa “caminho suave” ou “via suave”, rompeu com o conceito original de combate violento e passou a ganhar status educativo e formativo.
Com o tempo, a modalidade evoluiu: de arte marcial tradicional virou esporte competitivo, e em 1964 entrou no programa dos Jogos Olímpicos para homens (em Tóquio).
Desde então, a prática se expandiu com peso, regras padronizadas, categorias de idade e de peso, federações nacionais e internacionais. No Brasil, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) foi fundada em 1969 para estruturar o esporte no país.
Curiosidades
O judogi (uniforme do judô) foi desenhado para permitir que o atleta agarre o adversário — ao contrário de roupas de luta sem agarramento.
Uma das expressões norteadoras do judô é jita-kyōei (“benefício mútuo e prosperidade”), indicando que vencer não é apenas superar o outro, mas crescer junto.
No Brasil, a prática do judô teve papel importante na gênese de outras artes marciais, como o Brazilian Jiu‑Jitsu, com influências do contato do judô com o país.
Em termos de recordes, o atleta francês Teddy Riner aparece entre os mais vitoriosos do judô mundial.
A cor do judogi em competições costuma alternar entre branco e azul para diferenciar adversários.
Regras principais
O judô é disputado em um tatame (área de combate) entre dois atletas – chamados judocas. O objetivo central é aplicar técnicas de queda, imobilização, estrangulamento ou chave de braço, de modo a derrotar o oponente dentro do tempo regulamentar ou por pontuação superior.
Ippon: a pontuação máxima; obtida quando o adversário é lançado de costas com força e controle, ou permanece imobilizado por 20 segundos, ou é finalizado por estrangulamento/chave.
Waza-ari: meio ponto; duas marcas de waza-ari equivalem a um ippon.
Penalidades por passividade, agarrar ilegalmente ou ações proibidas levam à punição (“shido”); múltiplos shidos podem resultar em “hansoku-make” (desclassificação).
No início e fim da luta, ambos os atletas reverenciam o adversário e/ou o árbitro – sinal de respeito e disciplina.
O judogi deve obedecer às especificações: manga até o punho, calça até o tornozelo, ausencia de bolsos ou zíperes, etc.
Prática no Brasil e no Mundo
A prática do judô é global: a International Judo Federation (IJF) reúne federações de mais de 200 países.
Em nível continental e nacional, existem campeonatos como o World Judo Championships – cuja quarta edição foi disputada no Rio de Janeiro em 1965.
No Brasil, a CBJ regula competições como os campeonatos nacionais cadete, júnior, sênior e eventos de kata e veteranos.
O país se destaca na América Latina pela tradição em medalhas olímpicas e mundiais. Segundo registros, entre 1972 e 2024 o Brasil acumulou mais de 20 medalhas olímpicas em judô.
Países como Japão, França, Coreia do Sul e Rússia tradicionalmente dominam os pódios internacionais, mas o judô moderno é cada vez mais competitivo globalmente.
Equipamentos necessários
Aqui estão os principais itens para praticar judô:
- Judogi (uniforme): composto por jaqueta (uwagi) e calça (zubon), geralmente em algodão resistente ou mistura poli/algodão, nas cores branca ou azul.
- Cinto (obi): faixa que indica a graduação do praticante, utilizada para amarrar o uniforme.
blog.blitzsport.com - Tatame: superfície acolchoada onde ocorrem os treinos e lutas, garantindo segurança nas quedas (geralmente no clube ou dojo).
- Sandálias (zoris ou chinelos de tatame): usadas para entrar/descer do tatame, evitando contaminações e respeitando o ambiente de prática.
- Protetores opcionais: como protetor bucal, joelheiras ou cotoveleiras para quem treina com intensidade ou tem sensibilidade nas articulações.
- Saco ou mochila de judo: para transportar o judogi, cinturão e demais acessórios com organização.
Onde comprar os equipamentos
Para comprar com segurança no Brasil, seguem boas indicações:
Loja oficial da Confederação Brasileira de Judô: CBJ Store – loja oficial da entidade brasileira.
cbjstore.com.brGrandes e-commerces esportivos no Brasil: como Decathlon Brasil (busque “judogi”), Centauro, Netshoes e Amazon Brasil.
Lojas especializadas internacionais com envio ao Brasil: por exemplo KuSakuraShop (equipamentos de alta qualidade). kusakurashop.com
Além disso, o link institucional da CBJ (cbj.com.br) pode fornecer orientações sobre fornecedores homologados e credenciados.
CBJ | Confederação Brasileira de JudôFontes oficiais utilizadas
Confederação Brasileira de Judô – CBJ: https://www.cbj.com.br
International Judo Federation – IJF: https://www.ijf.org/history
Wikipedia – “Judo” (em inglês) e “Judo in Brazil”: https://en.wikipedia.org/wiki/Judo
Britannica – “Judo: History & Facts”: https://www.britannica.com/sports/judo