De um lado, o atual campeão brasileiro e sul-americano, o primeiro time não europeu a bater o campeão da Champions League em 13 anos. Do outro, um time que não vence títulos nacionais há 14 anos e que não é campeão internacional há 25.
Botafogo e Vasco se enfrentam neste fim de semana pelo Campeonato Brasileiro tendo em comum apenas o fato de terem se transformado em SAF em 2022.
Isso porque levantamento do Bolavip Brasil descobriu: enquanto a sociedade anônima do alvinegro foi a que proporcionou o maior salto de qualidade de performance entre todas as SAFs da primeira divisão, a privatização do futebol vascaíno foi a que gerou o menor ganho de desempenho até o momento.
Metodologia
Para chegar a esses números, o estudo calculou o aproveitamento de pontos das equipes a partir das temporadas em que se tornaram SAFs até esta sexta-feira, dia 11. Em seguida, calculou o aproveitamento de pontos das equipes no período equivalente, só que anterior às sociedades anônimas.
Para evitar distorções, foram considerados apenas os números referentes às temporadas em que as equipes estiveram na Série A do Campeonato Brasileiro.
Botafogo tem a melhor experiência com SAF; Vasco, a pior
Das seis SAFs analisadas pelo levantamento – Botafogo, Vasco, Cruzeiro, Atlético-MG, Fortaleza e Bahia -, as de Botafogo e Bahia foram as que trouxeram maior ganho de performance até o momento. Antes das SAFs, o alvinegro e o Vasco tinham praticamente o mesmo aproveitamento de pontos na primeira divisão: 45% e 46%, respectivamente.
Depois da SAF, o desempenho do Botafogo subiu para 57%, o que faz do alvinegro o detentor do maior aproveitamento de pontos entre as seis SAFs do levantamento. O Bahia saltou de 48% de aproveitamento para 54%, outro ganho de performance significativo.
Já o Vasco não conseguiu evoluir. O aproveitamento de pontos de 46,2% em temporadas na Série A seguiu praticamente estável, oscilando para baixo, com 45,8% de aproveitamento atual. Ajuda a explicar as dificuldades o fato de seu investidor ter ido à falência e atualmente o clube tentar na Justiça reaver a totalidade das ações da SAF.
Mineiros ainda não tiveram salto de performance; Fortaleza está estável
Os clubes de Minas Gerais recorreram às SAFs em contextos diferentes. Enquanto o Cruzeiro precisava de investimento para sair da Série B, o Atlético-MG virou SAF para tentar elevar ainda mais a capacidade de performance do time, entre as maiores do país. Ambos ainda não alcançaram grandes feitos.
O Cruzeiro conseguiu sair da Série B, mas ainda não tem um aproveitamento de pontos na primeira divisão semelhante ao que tinha na primeira divisão no período anterior à SAF: era de 56%, atualmente é de 47%.
Já o Atlético-MG perdeu competitividade, na comparação entre os períodos pré e pós-SAF. O aproveitamento de pontos era de 66% antes da SAF, atualmente é de 56%. Notícias de atrasos de salários no Galo retratam as dificuldades atuais, mesmo depois de virar SAF.
O Fortaleza manteve-se estável, depois de se transformar em sociedade anônima, mas manter o controle da empresa integralmente com o clube. Quase nada mudou na prática, em termos de investimentos, o que fica refletido na performance: era de 55,1%, foi para 54,8%.
O antes e depois das SAFs do Campeonato Brasileiro:
1 – Botafogo – antes da SAF: 45%; depois da SAF: 57%
2 – Atlético-MG – antes da SAF: 66%; depois da SAF: 56%
3 – Bahia – antes da SAF: 48%; depois da SAF: 54%
4 – Fortaleza – antes da SAF: 55,1%; depois da SAF: 54,8%
5 – Cruzeiro – antes da SAF: 56%; depois da SAF: 47%
6 – Vasco – antes da SAF: 46,2%; depois da SAF: 45,8%