Esperança de dias melhores para o futebol no Brasil

Samir Xaud, presidente da CBF (FOTO: Rafael Ribeiro | CBF)

O futebol brasileiro parece estar no caminho da modernização, cada vez mais profissional. Mas, confesso que por tudo o que já vimos acontecer no esporte bretão nacional, desde sua origem, fico meio desconfiado, com o pé atrás.

O presidente Samir Xaud, da CBF, fora noves todas as desconfianças que pairaram sobre a eleição dele em 25 de maio deste ano, tem feito muito mais do que os últimos presidentes em menos de 4 meses à frente da entidade.

Reunir os jogadores que já conquistaram as cinco Copas do Mundo no último jogo da Seleção, no Maracanã, pelas Eliminatórias do Mundial de 2026, foi apenas um pequeno exemplo, um gesto emocionante, com sabor especial, para os jogadores e para o futebol canarinho, que já tá merecendo voltar ao topo do mundo.

Calendário

A promessa de ajustes no calendário do futebol brasileiro, algo tão cobrado e exigido há décadas por quem milita no mundo do futebol é outro exemplo de que a gestão do médico Xaud parece caminhar pela trilha do sucesso.

Os Estaduais foram as primeiras “vítimas”. A redução de 17 para 11 datas já é alguma coisa. Muita gente queria o fim destes torneios, em sua maioria deficitários e que acabam atrapalhando planejamentos de início de temporada. Mas, são mais de 100 anos de tradição e quem é à favor dos Estaduais apelam para a rivalidade local.

Sem os campeonatos estaduais algumas rivalidades locais poderiam morrer nos Estados em que os rivais estão em diferentes divisões do Brasileirão e raramente se enfrentariam numa Copa do Brasil. A rivalidade dos clubes locais ainda sustentam os Estaduais, além, claro, da interferência direta das Federações, que só têm esse torneio no ano para administrar.

Fora isso, o novo presidente da CBF promete divulgar até o fim do ano um calendário mais próximo do ideal, entregando mais datas, por exemplo, aos clubes sazonais, que praticamente sobrevivem dos campeonatos estaduais.

Já foi definido que a SÉRIE D do Brasileirão vai passar de 80 para 96 clubes, o que deve ampliar a temporada de muitos clubes pequenos que param suas atividades antes mesmo do fim dos Estaduais, ou seja, passam, no máximo, 4 meses (1/3 do ano) na ativa. Isso também significa mais emprego para os profissionais do futebol e circulação da economia em cidades pequenas.

Na elite nacional, a promessa é de, aos poucos, passar o bastão do Brasileirão (SÉRIES A e B) para a gestão profissional de uma Liga, como já acontece há décadas na Europa. Mas, para isso, os clubes precisam se entender – foram criadas duas ligas e os cartolas ainda discutem qual seria o melhor modelo econômico e administrativo.

Enquanto isso não acontece, Xaud e seu time continuam à frente da gestão do Brasileirão e Copa do Brasil. Por fim, as Seleções Brasileiras, masculino e feminino, em todas as categorias, têm recebido uma atenção maior – em especial, as equipes femininas. Há uma luz no fim do túnel e a esperança de dias melhores para o futebol brasileiro de um modo geral. Que assim seja!

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