Inspirada pela filha, Nep busca título no wakeboard

FOTO: Wailliam Lucas | COB

Do sofá de casa, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, a pequena Maria, de 7 anos, torcerá pela mãe. Após liderar as classificatórias do wakeboard nos Jogos Sul-americanos de Praia Santa Marta 2023, Mariana Nep buscará um título inédito na tardia e recente carreira como profissional.

Dentista formada, ela encarou o desafio de viver do esqui aquático após a maternidade, já com mais de 30 anos.

Mariana jogava handebol e tinha o sonho de ser jogadora profissional nas quadras quando conheceu o wakeboard. A modalidade tornou-se uma paixão e um hobby em meio aos estudos de odontologia.

Tinha uma rotina puxada no consultório e via margem para mudança. Foi quando reencontrou Marcelo Giardi, o Marreco, campeão pan-americano e maior nome do wake no Brasil.

Os dois se casaram, e Mariana se juntou ao amado na escolinha esportiva que ele dirigia. Além de ajudar nas aulas, passou a treinar para tornar-se atleta profissional. Curiosamente só após ser mãe que esta transição se concretizou. Depois dos 30 anos, já com Maria nos braços, Mariana iniciou uma trajetória de sucesso no esporte.

Hoje, tricampeã brasileira, medalhista nos Jogos Pan-americanos e bicampeã mundial master, Mariana vê na filha a inspiração de que precisa para buscar voos mais altos e radicais.

“Ser mãe com certeza foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Ela esquia com a gente desde os três anos de idade, fica com a gente 24h por dia. É o amor da minha vida. Tudo o que eu faço na minha vida é por ela. Antes de entrar na água é nela que eu estou pensando. Cheguei em Santa Marta e, ao abrir minha mala, tinha um ursinho e uma cartinha dizendo que ela está bem, torcendo por mim. É muito legal ela ter essa consciência de que viajei para trabalhar, para fazer o esporte. Uma hora quero que ela esteja aqui no meu lugar”.

Nas eliminatórias do wake, Mariana fez 73.00 pontos. A segunda colocada, a chilena Ignacia Holscher, recebeu nota 65.56. As finais serão na segunda-feira. A brasileira está tranquila. Conta que a filha a ensinou muito a pôr os desafios em perspectiva.

“A Maria teve problemas no intestino no primeiro ano de vida, teve que usar bolsinha de colostomia. Superar isso me fez levar todo o resto de uma forma muito mais leve. Lógico que sou competidora, que quero sempre mostrar bons resultados. Treino todos os dias para isso. Mas quando você passa um perrengue assim, entende que nesses casos é que tem que ficar bravo, triste ou nervoso. Na competição hoje em dia tento levar de forma mais leve, alto astral, e seja o que Deus quiser”.

FONTE: COB

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