#Brasil82: Há 40 anos, a maior injustiça do futebol

FOTO: Arquivo/CBF

Há 40 anos o mundo assistia, incrédulo, a maior injustiça do futebol!

Brasil 2 x 3 Itália, dia 5 de julho de 1982, no estádio Sarriá, em Barcelona, Espanha.

Brasil fora da Copa! Como assim?

A tradicional revista PLACAR estampava em sua capa: “QUE PENA, BRASIL”.

Eu, com 8 anos de idade, mas já fã do futebol.

Colecionei as figurinhas daquela Copa, que vinham nos chicletes Ploc (ou era Ping-Pong?).

Lembro ter ficado muito triste, mas não cheguei a chorar copiosamente, como algumas primas mais velhas e tios.

Parte da família Fernandes assistiu ao jogo no casarão da rua Café Filho, de Tia Oscarina (Caína para os íntimos).

A bebedeira começou cedo, pra variar.

Todos, naquele dia, estavam animados para testemunhar mais um passeio dos canarinhos e acompanhar, depois do jogo, a tradicional Banda Galha, que prometia muito Carnaval.

Mas, depois do jogo, o que se via na praia do Meio, lembrava mais um enterro. A tristeza era geral.

E, infelizmente, o Carnaval não aconteceu.

A Banda Galha até chegou a sair, acompanhada por meia dúzia de bêbados, que tentavam esquecer a inesperada derrota.

Os 11 craques que vestiam a amarelinha e nos davam orgulho de ser brasileiro sucumbiram diante de uma fria, calculista, mas também espetacular selecionado da Azurra.

A derrota foi doída, sim, foi. E ainda deixou um legado maldito, satisfazendo quem preferisse o jogo feio, pelo resultado, em detrimento do futebol arte.

Lá se foram 4 décadas e àquela Seleção (com S maiúsculo) ainda é assunto em mesa de bar e programas esportivos.

Digo sem medo de errar: foi o melhor time que já vi jogar futebol, em todos os tempos.

Melhor até do que o meu Flamengo, de Zico, o deus da Gávea, ídolo celestial.

Obrigado, Vadir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Júnior, Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico, Serginho e Éder.

Obrigado, Mestre Telê Santana.

Este escrete de ouro ficará para sempre em meu coração.

PS.: em 1997, mesmo sob protestos dos torcedores do Espanyol, o estádio Sarriá foi demolido, vendido a um grupo de investidores, que transformaram o lugar num condomínio.

 

Finalizo com um trecho da música que eternizou a Seleção de 1982 (Letra: Júnior, camisa 6 da Seleção):

Voa, canarinho, voa
Mostra pra esse povo que és um rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei

Verde, amarelo, azul e branco
Forma o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
O amarelo, azul e branco
Fazem o meu povo feliz

E o meu povo toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário
Enaltece o que ele faz

Bola rolando e o mundo se encantando
Com a galera delirando
Tô aí e quero mais.

 

Assista UM TRIBUTO AO FUTEBOL ARTE:

 

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