O jovem potiguar Rian Rafael Ribeiro, de apenas 17 anos, foi um dos vencedores do primeiro dia de competições da fase regional de Natal das Paralimpíadas Escolares, que estão sendo realizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) na capital do Rio Grande do Norte e vão até a próxima sexta-feira, 26. O evento conta com cerca de 300 jovens atletas com deficiência em provas de atletismo, natação e bocha.
O atleta da classe T47 (para amputados de braço) venceu a prova dos 100 m masculino com o tempo de 13s74, pouco mais de três segundos acima do recordista mundial da mesma classe, o paraibano Petrúcio Ferreira (10s29). Rian, no entanto, começou na modalidade no ano passado.
Isso porque precisou fazer uma amputação da mão direita após sofrer um acidente com uma bomba caseira quando trabalhava em uma obra como auxiliar de pedreiro em Natal.
“Não estou treinando sequer um ano no atletismo paralímpico. Antes eu era goleiro de futsal, participava de competições no Rio Grande do Norte. Mas, após o acidente, precisei me reiventar. Sempre gostei de correr, mas nunca em competições oficiais. Como já gostava, optei por continuar nesse esporte. A corrida está ligada a todos os outros esportes, então, para mim foi muito tranquila essa mudança”, analisou o jovem de 1,87 m de altura.
Esta é a segunda competição oficial na vida de Rian. Antes, já havia participado do Campeonato Brasileiro de atletismo de jovens (sub-17 e sub-20), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, no último mês de julho, quando conseguiu o segundo lugar na prova dos 200 m pela sua classe como seu melhor resultado.
O velocista já vive rotina de treinos de um atleta profissional. Treina cinco vezes por semana das 7h às 11h e depois frequenta o primeiro ano do ensino médio das 13h às 18h. Pretende viver profissionalmente do esporte paralímpico no futuro.
“Gostei muito de participar agora das Paralimpíadas Escolares. E, antes, também foi muito legal conhecer o Centro de Treinamento Paralímpico. Foi a primeira vez que saí de Natal para competir, foi a primeira vez que viajei de avião, conheci novas pessoas. Foi o atletismo que me deu essa oportunidade e mudou a minha vida, apesar de estar começando agora”, apontou.
As provas de atletismo acontecem até sexta, 26, na pista de Atletismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), enquanto as de natação, nos dias 25 e 26, no Colégio Marista Natal. As disputas de bocha também ocorrem até sexta, no Centro de Convenções de Natal.
Para 2022, a competição conta com novo formato e agora prevê três fases regionais e uma fase nacional. Após Brasília receber participantes das regiões Norte e Centro-Oeste do país, entre os dias 9 e 12 de agosto, Natal contempla a fase regional Nordeste das Paralimpíadas Escolares.
Já o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, será a sede da etapa Sul-Sudeste (exceção a Minas Gerais, que participou da regional Brasília) de 7 a 9 de setembro. A fase nacional acontecerá de 23 a 25 de novembro, também em São Paulo, no mesmo local.
A estimativa é que a competição tenha, ao todo, 3 mil crianças com deficiência envolvidas nas provas das fases regionais e da nacional.
Para as regionais, foram selecionadas as modalidades que possuem um grande número de inscritos na fase nacional. O intuito da diretoria de Desenvolvimento Esportivo do CPB, responsável pela organização do evento, é ter os melhores atletas de cada região do país nas disputas em novembro.
Os três primeiros colocados nos regionais de atletismo e natação vão se classificar automaticamente para a fase nacional, em São Paulo, que acontecerá em novembro, no CT Paralímpico. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, vão conquistar a vaga.
As Paralimpíadas Escolares são idealizadas e organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2009 e é o maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. No ano passado, a competição contou com mais de 900 atletas, de 25 unidades da federação.