‘Dançaterapia’ vira febre e domina academias em Natal

O termo dançaterapia traduz uma modalidade de performance terapêutica utilizada em diversos ambientes, de academias lotadas até sessões de terapia individuais. A atividade tem como base a ideia de que a forma como os movimentos acontecem ajudam a liberar emoções e direcionam o foco exclusivamente para a conexão entre mente e corpo, liberando tensões.

Aluna de aulas de dança na academia Bodytech Tirol desde 2017, Kenia Gadelha afirma que, desde que começou a prática, não pensa mais em desistir. “Fui pegando o jeito e hoje a dança faz parte da minha rotina diária de atividade física, sendo uma verdadeira válvula de escape para o stress. Costumo dizer que funciona como uma espécie de meditação guiada para mim, fico totalmente focada no presente”, relata Kenia.

Diversas abordagens do estudo da Psicologia apontam para o fato de que esse tipo de dança pode ser aliada na vida de pessoas que lidam com quadros de depressão, ansiedade e transtornos psicológicos mais severos. É cientificamente comprovado que, ao dançar, o corpo humano libera endorfina e serotonina, dois hormônios que proporcionam uma sensação de bem estar e leveza, fazendo com que a atividade crie um momento de descontração.

Para o professor de dança Bruno Rafael, a diferença das alunas é notável depois de um período de aulas. Nas palavras do profissional, “acho interessante que elas sempre se referem às sessões como terapia. No meu tempo como professor, comecei a ver assim também, pois a dança atravessa a barreira de um exercício para o corpo e passa a ser um exercício que cuida da alma e deixa o coração das alunas mais leves”.

Confirmando a fala do professor, a dermatologista potiguar Isadora Rosado, que pratica a modalidade de dança há 8 anos, já não abre mão das aulas. Além de um local de autoexpressão, atividade física e liberação de energias, o clima positivo nesses ambientes geralmente inspiram a conexão entre as participantes. “Sempre saímos das aulas exaustas, mas com o coração cheio de alegria. Além da terapia, ainda ganhei grandes amigas com quem me imagino repetindo a energia das aulas por muitos anos”, diz Isadora.

Muito foi descoberto sobre a prática nos campos da Psicologia e da Medicina, mas ainda existe muito a ser comprovado cientificamente. Estão em andamento estudos sobre terapia de dança e os retornos positivos que a prática pode ter se aplicada em crianças neurotípicas e com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e adultos portadores de deficiências físicas ou intelectuais.

Com todos os benefícios que já foram descobertos e que ainda vão ser, não há como negar: a terapia de dança é uma ferramenta poderosa de autocuidado e crescimento pessoal. No processo de aliviar tensões diárias, elevar a autoestima e desenvolver a criatividade, a prática consegue ressignificar autoimagens prejudiciais, garantindo uma vida feliz e saudável para os participantes.

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