A capital pernambucana recebeu, no último fim de semana, atletas de todo o Nordeste para o Regional de Bocha Paralímpica. Dez potiguares, todos atletas da Sadef (Sociedade Amigos do Deficiente Físico do RN) representaram o Estado e três deles subiram ao pódio.
José Antônio, jovem que vem se destacando na bocha, ficou com o ouro na categoria BC4. “Ele é o atual campeão mundial júnior, e hoje é o atleta a ser batido no Brasil em sua categoria. Os resultados alcançados recentemente são frutos de muita dedicação. José Antônio é um atleta extremamente focado e disciplinado, e as conquistas estão vindo”, diz Alexsandro Silva, técnico da Sadef.
“As outras medalhas vieram na base da garra e superação”, comemora o técnico. Marcela Xavier e Josivan Peixoto faturaram o bronze na categoria BC1, que reúne atletas com paralisia cerebral, e que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola.
Natural de Ceará-Mirim, Josivan é o responsável por mudar uma das regras do esporte no mundo inteiro. “Antes, o atleta precisava estar com pelo menos uma das nádegas sobre a cadeira de rodas, o que não é possível para ele. Josivan teve paralisia infantil e só consegue ficar deitado de barriga pra baixo na cadeira. E até a mudança da regra, as conquistas dele sequer eram reconhecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional”, explica Alexsandro.
A tática utilizada por ele para jogar bocha impressiona. Ele utiliza apenas as pernas para fazer o arremesso. Na bocha, o objetivo é aproximar o maior número de bolas coloridas da branca, que é conhecida como Jack. Os atletas são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência.
José Antônio, Josivan e Marcela, além das medalhas, conquistaram vaga para o Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica 2025, que acontece em dezembro na cidade de São Paulo.
