Por Kolberg Luna*
É de conhecimento geral toda a saga do surfista potiguar Ítalo Ferreira, que começou surfando numa tampa de isopor até se tornar um campeão mundial e olímpico. O que poucas pessoas sabem são os perrengues que atormentaram a sequência dos fatos até chegar a final olímpica, em 2021.
Tudo começou já nas eliminatórias, em 2019, promovida pela Associação Internacional de Surfe (ISA). Ocorre que o potiguar havia sido roubado, nos Estados Unidos, e perdido o passaporte, as vésperas da viagem ao Japão.
Foi necessário toda uma corrida burocrática para renovar o documento e o visto, e sua chegada a Tsurigasaki, onde estavam sendo realizadas as disputas das vagas olímpicas, se deu de forma atrasada, quando a sua bateria já estava no mar, obrigando o atleta a encarar as ondas sem preparação prévia e de bermudas jeans. Mesmo assim ele foi o vencedor da etapa e conquistou o direito de representar o Brasil.
Na Olimpíada, em si, teve como adversários locais no primeiro round e na final, os japoneses Hiroto Ohara e Kanoa Igarashi, conhecedores das ondas. No dia da final, houve ameaça de tufão e o mar estava muito revolto.
Em sua primeira manobra a prancha partiu ao meio e ele teve que trocá-la. Daí em diante foi um show de surfe e que não deixou o japonês Igarashi importuná-lo na disputa.
*Servidor público, Bacharel em Direito, jornalista e escritor, Kolberg Luna empresta seu vasto conhecimento sobre pesquisa, história e curiosidades do esporte, como colaborador do BE.