Por Kolberg Luna*
Em Seul/1988, a seleção olímpica de futebol do Brasil teve uma participação quase impecável. Na fase preliminar, foi líder do Grupo D, ao vencer as três partidas contra a Nigéria (4×0), Austrália (3×0) e Iugoslávia (2×1).
Nas quartas-de-final, superou a Argentina, por 1×0, e na semifinal, o jogo que foi decidido nos pênaltis ficou na história com o goleiro Cláudio Taffarel mostrando ao mundo sua frieza e perícia na hora do chute direto da marca da cal.
Após o 1×1 no tempo normal, Taffarel pegou os pênaltis de Jansen, Klissmann e Wuttke, e o Brasil venceu a Alemanha por 3×2.
Na final contra a URSS, o selecionado brasileiro jogou com dois grandes desfalques: Geovani e Ademir. Do meio de campo original só restou o meia-direita Milton, do Coritiba.
O treinador Carlos Alberto Silva decidiu lançar o time com Andrade (Flamengo), como volante e uma escalação com excelente poderio ofensivo: Milton (Coritiba), Neto (Palmeiras), Careca (Cruzeiro), Romário (Vasco) e Bebeto (Flamengo).
O time começou vencendo por 1×0, gol de Romário, mas tomou a virada e os soviéticos levaram o ouro. O treinador, resignado com a prata, pedia a compreensão do povo brasileiro:
“Sei que para o Brasil pouco importa o tal espírito olímpico. Mas esses atletas fizeram o que puderam”.
Na hora da premiação, os jogadores fizeram questão de subir no pódio junto com o treinador e descobriram que só havia medalhas para os atletas.
Valdo e Ricardo Gomes estavam inscritos, mas não foram a Seul porque o Benfica não os liberou.
Após receber sua medalha, Bebeto chamou o capitão Geovani e entregaram uma medalha ao treinador, fazendo um reconhecimento ao seu trabalho.
Dados de pesquisa: Brasileiros Olímpicos (Lédio Carmona, Jorge Luiz Rodrigues e Tiago Petrik)
*Servidor público, Bacharel em Direito, jornalista e escritor, Kolberg Luna empresta seu vasto conhecimento sobre pesquisa, história e curiosidades do esporte, como colaborador do BE.