Olimpíadas sob ameaça de ataques cibernéticos?

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Começaram as Olimpíadas de Paris 2024, que tem a expectativa de ser um evento monumental, atraindo milhões de espectadores, além das centenas de atletas de todo o mundo.

Porém, como todo grande evento esportivo, musical ou cultural é um alvo em potencial para todos os tipos de possíveis ataques. Com o aumento da digitalização e da interconectividade há um crescimento significativo nos riscos de ciberataques.

O Fórum Econômico Mundial alertou em comunicado que “os Jogos Olímpicos de Paris 2024 enfrentam um ‘nível sem precedentes’ de ameaças cibernéticas”.

Ainda, nos Jogos anteriores em Tóquio (2021), foram registrados cerca de 450 milhões de ataques cibernéticos, segundo a Cisco. A empresa, que é parceira oficial do Paris 2024, afirma esperar oito vezes mais ataques aos Jogos de Paris.

“O ‘apagão cibernético’ global ressaltou a vulnerabilidade das infraestruturas críticas, destacando a necessidade de robustos planos de contingência. Além de ataques financeiros e de interrupção de serviços, as motivações podem incluir terrorismo cibernético e ativismo, visando atrair atenção global para suas causas.

Os organizadores devem intensificar os esforços de segurança para garantir resiliência contra possíveis ataques e proteger a experiência de atletas e espectadores”, explica Rafael Oneda, diretor de Tecnologia da Approach Tech.

Segurança Cibernética

Com a crescente dependência de tecnologias para a operação e transmissão dos jogos, garantir a segurança cibernética tornou-se uma prioridade essencial, assim como contra-ataques a infraestruturas críticas de transporte ou energia que têm papel fundamental durante o evento.

Para Bernard Montel, diretor técnico e estrategista de segurança da EMEA na Tenable, as organizações diretamente envolvidas na realização dos Jogos, ou aquelas associadas por patrocínio, devem estar hiper vigilantes contra ataques de distração, ransomware, ataques físicos e desinformação.

“Um exemplo de caso de ataque de distração, é o uso de DDoS direcionado a sistemas críticos que já funcionarão em plena capacidade. Embora todos estejam focados no que parece ser a principal ameaça, os hackers podem estar usando isso para desviar a atenção, permitindo-lhes entrar furtivamente em uma janela menos visível,” explica.

“Com a era da inteligência artificial (IA), espera-se mais intensidade pois, tanto os ataques, quanto defesas estão utilizando IA, tornando o cenário mais perigoso e desafiador. Além disso, há o risco geopolítico, exacerbado por conflitos como os da Rússia/Ucrânia e Israel/Palestina. Com o aumento das conexões e dados nos Jogos Olímpicos, qualquer interrupção na infraestrutura, sites ou transmissões pode ser um sucesso para os hackers. As agências francesas têm se preparado intensamente para proteger o evento, contando com a colaboração de diversos fabricantes”, avalia Thiago Marques, Development Business Security Director, da Add Value.

Especialistas em cibersegurança avaliam como a preparação adequada e a colaboração entre todas as partes interessadas são fundamentais para proteger este evento global e proporcionar uma experiência segura para todos os envolvidos.

“Os jogos de Paris 2024 prometem ser os mais tecnológicos da história, com inteligência aplicada nas atividades mais básicas, como ingressos e logística nos locais de competições. Serão centenas de milhares de dispositivos conectados na rede do Comitê Olímpico, o que chama atenção para a necessidade de uma boa gestão e o controle de acessos como forma de prevenção a incidentes, com ferramentas de PAM (Privileged Access Management), que englobem desde dispositivos pessoais aos equipamentos IoT que serão utilizados para transmissões, monitoramento e outras atividades críticas”, aponta o CEO da VaultOne Leonardo Cooper.

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