Entenda a importância de media training para atletas

FOTO: Divulgação

As Olimpíadas são eventos globais que mostram principalmente histórias de superação. Tudo isso, no entanto, pode ir por água abaixo após uma entrevista ruim. Assim, o preparo dos atletas para falar com a imprensa é muito relevante, uma vez que há um risco para a imagem pública.

Um bom exemplo desse prejuízo para imagem se deu com o nadador medalhista Bruno Fratus, que após um sexto lugar na final dos 50m livre nas olimpíadas do Rio 2016, foi questionado sobre a prova e respondeu de maneira sarcástica. A resposta não foi positiva para o público, gerando piadas e ataques direcionados ao atleta. Outro fator negativo foi uma cobrança extra para atingir o pódio nas Olimpíadas de Tóquio 2020/2021.

Em contraponto está a ginasta Rebeca Andrade. Em suas entrevistas, Rebeca consegue mostrar seu comprometimento e disciplina, além dos seus sonhos enquanto atleta. Outro bom exemplo é Serena Williams: a tenista costuma explorar temas de igualdade de gênero e raça, além de sua jornada no tênis. Assim, uma entrevista bem feita tem o potencial de criar uma conexão emocional com o público, tornando o entrevistado alguém mais próximo – reforço positivo para a imagem pública.

É importante lembrar que a comunicação não se dá só pela transmissão de informações verbais, mas também pelas não-verbais. Desse modo, a linguagem corporal é uma parte crucial da maneira como os seres humanos se comunicam. Isso vai desde as expressões faciais, até mesmo gestos e a postura, contribuindo para o entendimento de uma mensagem.

De acordo com o estudo “Nonverbal Communication in Psychotherapy”, publicado National Library of Medicine, estima-se que essa forma de linguagem representa cerca de 60% até 65% da maneira como nos comunicamos. Ou seja, as expressões corporais são um fator de destaque para a comunicação. Assim, uma má postura durante uma entrevista pode ser muito prejudicial, sendo até mesmo contrária à informação verbal passada.

Yang Mendes, fundador da Eloquence Escola de Oratória, explica que uma entrevista pode ser um divisor de águas para a imagem de uma pessoa. Assim, um bom media training se mostra um ponto muito importante. “Em uma entrevista, principalmente sendo uma figura pública, a habilidade de gerenciar essa exposição e escolher com cuidado a maneira de se expressar pode fazer a diferença entre uma entrevista bem-sucedida e uma situação controversa”.

Desse modo, o preparador explica que uma boa entrevista se constrói pelo desenvolvimento de um comportamento estratégico, sabendo de qual maneira se portar e como se expressar. Para isso, treinar é essencial. Esses princípios influenciam diretamente a percepção pública e a confiança dos entrevistadores.

“Para os atletas, é muito importante conhecer a linha editorial veículo de comunicação para o qual estão falando. Isso ajuda a entender qual é o público visado. Além disso, conhecer tanto o entrevistador quanto o foco da entrevista. Além disso, a preparação se torna chave para o sucesso: planeje sua história, revise suas conquistas e estabeleça as principais mensagens a serem trabalhadas. Ser autêntico, destacar o trabalho em equipe, os desafios, a disciplina, bem como manter o entrevistador engajado com sua fala também contribuem para o reforço de uma imagem positiva”, elucida Mendes.

Ao seguir esses passos, os entrevistados evitam momentos controversos, uma vez que já estão preparados para fornecer boas respostas. Com vasta experiência, Mendes acredita que esses princípios evitam surpresas indesejadas e tornam a entrevista mais tranquila, aumentando as chances de sucesso ao transmitir mensagens de maneira transparente e profissional. Isso reforça a importância da preparação estratégica para uma comunicação eficaz e confiante, essencial para qualquer entrevista ao vivo.

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