Potiguares olímpicos: gente que levou o RN ao topo

FOTO: Denis Balibouse

Por Kolberg Luna*

O mundo vai parar a partir de hoje por 19 (dezenove) dias em razão da XXXIII Olimpíada da era moderna, a realizar-se em Paris, capital da França. Embora a cerimônia de abertura seja realizada na sexta-feira (26), já nesta quarta (24) teremos jogos de futebol masculino e de rúgbi de sete.

O Rio Grande do Norte estará representado no futebol feminino e no handebol feminino.

Samara Vieira, 32 anos, nascida em Natal, vai para a sua segunda olimpíada e será uma das suplentes da equipe de handebol feminino, em busca do sonho da medalha olímpica.

Destacou-se nos Jogos Estudantis do Rio Grande do Norte – JERNs, com 12 anos, jogando pelo Colégio Sagrada Família e atualmente é jogadora do Konia Alti BSK, da Turquia, desde 2023.

Antes ela jogou por clubes da Espanha, Hungria, Itália, Alemanha, Eslovênia e Romênia. Samara foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima/2019. A estreia do handebol feminino será neste sábado (27), contra a forte equipe da Espanha.

Antonia Ronnycleide da Costa Silva, é a lateral Antônia, da seleção feminina de futebol. Tem 30 anos e é natural de Riacho de Santana. Ela também começou jogando os JERNs, sendo tricampeã de futsal feminino 2007, 2008 e 2009.

Jogou também no futsal feminino do ABC FC, até decidir-se ir a São Paulo tentar a carreira profissional de futebol. Hoje ela é integrante do plantel feminino do Real Madrid. Antônia jogou a Copa do Mundo/2023 pela seleção brasileira e é a segunda potiguar a vestir a camisa da seleção feminina numa Olimpíada.

Priscila Flor da Silva, natural de São Gonçalo do Amarante, tem 19 anos e divide com a colega Antônia a lista de potiguares na seleção feminina de futebol. Priscila é centroavante e joga no Internacional/RS desde 2021.

A exemplo de Samara, do handebol, ela vai a Paris também como suplente. As atletas Antônia e Priscila são nomes que se incorporam a um pequeno grupo de potiguares que participaram em uma edição dos jogos olímpicos.

Expoentes do esporte potiguar

Como atletas, os nomes de Ítalo Ferreira, Magnólia Figueiredo (atletismo), Vicente Lenilson (atletismo), Virna Dias (voleibol) e Oscar Schmidt (basquete) saltam aos olhos como expoentes do esporte potiguar presente em jogos olímpicos.

Os pioneiros potiguares a participarem de uma olimpíada foram exatamente Oscar Schmidt, como atleta de basquete e Franklin de Sá Bezerra, como árbitro de voleibol, nos Jogos Olímpicos, em Moscou/1980.

Também participou em Los Angeles/1984 e Seul/1988 e como membro da Federação Internacional em Barcelona/1992. Franklin faleceu em dezembro/2018. Oscar, o “Mão Santa”, também esteve em Los Angeles/1984, Seul/1988, Barcelona/1992 e Atlanta/1996, com três 5º lugares, um 6º e um 9º.

Italo Ferreira, natural de Baía Formosa, foi campeão no surfe no Japão/2021, na primeira apresentação dessa modalidade ao se tornar olímpica. É o único a trazer uma medalha de ouro olímpica para o RN.

Magnólia Figueiredo, nascida em Natal, esteve nos Jogos de Seul/1988, Barcelona (1992), Atlanta (1996) e Atenas (2004). Vicente Lenilson, potiguar de Currais Novos, integrou a equipe de revezamento 4×100 nos jogos de Sidney/2000, Atenas/2004 e Pequim/2008, ganhando uma medalha de prata em Sidney/2000 e uma de bronze em Pequim/2008.

Virna Dias, nascida em Natal, foi titular absoluta da equipe de voleibol feminino nos jogos de Atlanta/1996, Sidney/2000 e Atenas/2004, sendo bronze nessas duas últimas edições.

Suzana Silva, nascida na praia da Redinha, em Natal, fez parte da seleção brasileira feminina que disputou as Olimpíadas de Sidney/2000, e que terminou o torneio em quarto lugar.

Marcos Macedo, natalense, focou a classificação para uma final olímpica nos 100m borboleta na Olimpíada do Rio de Janeiro/2016, a ponto de trancar a faculdade de medicina, na UFRN. Uma infecção atrapalhou os planos e o ritmo dos treinamentos, mas ele esteve na piscina olímpica.

Murilo Cavalcanti Cabral foi designado o primeiro árbitro de tênis de mesa da América Latina, em 1978, e esteve presente como árbitro nos Jogos Olímpicos de Seul/1988 (quando o tênis de mesa estreou em Olimpíadas), 1992 (Barcelona) e Atlanta/1996.

Estes são os potiguares de nascimento. Se fôssemos incluir os potiguares por adoção, teríamos os nomes da atleta de vôlei de praia Juliana Silva (paulista de Santos), que foi medalha de bronze na Olimpíada de Londres/2012, e residiu em Natal.

Temos ainda o caso dos nadadores Bruno Fratus (carioca de Macaé), medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio/2021, e Leonardo de Deus (nascido em Campo Grande/MS), recordista Pan-Americano e finalista olímpico em 2021. Ambos têm mães natalenses.

Entre os potiguares que não estiveram diretamente envolvidos em competições como atletas ou árbitros, podemos incluir, ainda, os exemplos do jornalista e narrador Diego Dantas, que estreou no SporTV exatamente nos jogos olímpicos do Rio/2016 e narrou competições de ciclismo, esgrima, levantamento de peso, polo aquático, nado sincronizado e pentatlo moderno; e das bordadeiras artesãs de Timbaúba dos Batistas/RN, cujos bordados, feitos à mão, estampam os uniformes dos atletas na Olimpíada de Paris/2024.

O Blog do Esporte reconhece a expressiva participação de cada um desses genuínos ou adotivos potiguares olímpicos, e deseja sorte e sucesso as nossas competidoras em Paris.

*Servidor público, Bacharel em Direito, jornalista e escritor, Kolberg Luna empresta seu vasto conhecimento sobre pesquisa, história e curiosidades do esporte, como colaborador do BE.

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