Por George Fernandes
Apesar da confiança de sempre na pesada camisa amarela, deu a lógica no confronto Brasil x Uruguai, pelas quartas de final da Copa América, disputada nos Estados Unidos. Depois de um empate sem gols, a Celeste venceu nos pênaltis.
A verdade é que desde a Copa de 2014, realizada no Brasil – a Copa do fatídico, lamentável e inesquecível 7 x 1 -, que a Seleção Brasileira não consegue ser mais a Seleção Brasileira. No máximo, tem montado bons times, com alguns jogadores que se destacam em seus clubes na Europa.
O futebol evoluiu muito nas duas últimas décadas e a impressão que fica ao assistirmos mais um fiasco da Seleção é que o técnico brasileiro parou no tempo e não tem mais cacife para treinar os jogadores que se acostumam a jogar o tal ‘futebol moderno’ praticado, principalmente, na Europa.
Os jogadores brasileiros parece que perderam a identidade também. Estão mais para robôs, disciplinados taticamente. A irreverência, aqui, acolá, apareceu nos pés de um Vinícius Júnior, Rafinha ou Paquetá, mas é muito pouco.
O meio de campo do time de Dorival, recheados de volantes, talvez seja um dos piores dos últimos tempos. Não temos mais aquela camisa 10 clássico, estilo Alex, Zico, Rivaldo… O 9 que tínhamos, Dorival preferiu não levar: Pedro, do Flamengo.
É triste vê uma Seleção Brasileira tão fraca tecnicamente.
E como já acontece há dez anos, alguns são destaques e jogam muita bola em seus clubes, casos de Rodrygo e Vinícius Júnior, no Real Madrid, por exemplo. Mas, quando vestem a amarelinha, desaparecem. Parece que a camisa pesa.
A Confederação Brasileira de Futebol – CBF precisa urgentemente repensar a Seleção Brasileira. Ou melhor, repensar o futebol brasileiro, desde as bases. Não temos técnico no Brasil, atualizado, capaz de acompanhar o futebol mundial? Que traga um estrangeiro!
E tem que ser um que ganhe o respeito dos jogadores. Foi, no mínimo, ridícula a cena dos jogadores reunidos, antes da cobrança de pênaltis, contra o Uruguai, com Dorival Júnior fora da roda. Para muita gente, pareceu falta de comando.
O pior é que não vejo luz no fim do túnel em curto prazo. Torcer muito para pelo menos classificar para a Copa do Mundo de 2026, o primeiro mundial com 48 Seleções. Ou seja, A FIFA ampliou o número de vagas. Ufa!
E na Copa tudo pode acontecer, mesmo não tendo uma Seleção dos sonhos. Até porque não há nenhuma Seleção fora de série hoje em dia. Apostaria na França, Inglaterra ou Espanha. Mas, Brasil, Argentina, Itália e Alemanha têm camisas poderosíssimas, que podem surpreender sempre.
É nisso que nós, brasileiros, temos que nos apoiar. Na força da amarelinha. Porque se for pra apostar no futebol que vem sendo praticado, vamos passar em branco em mais um Mundial. Em 2026, vai completar 24 anos sem título. Mesmo hiato entre 1970 e 1994, quando conquistamos o tetra.
A CBF até tentou amenizar mais um vexame do Brasil, apresentando um vídeo na internet com os fracassos, desde o início do século passado. E enfatizando que sempre conseguimos dar a volta por cima. Hoje, está difícil. A ver!