O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, é palco de três competições até domingo, 16. Ao todo, 547 atletas, de 36 países, inscreveram-se para o Campeonato Brasileiro de halterofilismo, o Desafio CPB/CBAt de atletismo e o V Internacional de badminton do Brasil.
O Campeonato Brasileiro de halterofilismo acontecerá nos dias 14 e 15 de abril, com 120 participantes. O evento é a última oportunidade para os atletas da modalidade atingirem índices ao Mundial da modalidade, que será realizado de 22 a 30 de agosto, em Dubai.
Entre os inscritos estão a paulista Mariana D’Andrea, campeã paralímpica e vice-campeã mundial na categoria até 73 kg; o também paulista Bruno Carra, medalhista de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; e o carioca Gustavo Souza, recordista nacional na categoria acima de 107 kg e um dos halterofilistas que buscam uma marca apta à convocação para o Mundial de Dubai.
De acordo com os critérios de entrada do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Brasil poderá ser representado por, no máximo, dois atletas em cada categoria no Oriente Médio.
“Nessas últimas semanas, eu e meu treinador trabalhamos muito em cima da carga de 218 kg [índice mínimo na sua categoria para tentar uma vaga no Mundial]. Foi um período duro e produtivo. Estamos com uma expectativa muito boa. Saí da última competição motivado por ter conseguido um novo recorde”, disse Gustavo, que teve a perna direita amputada por ter nascido com má-formação no membro.
Desafio CPB/CBAt
O Desafio CPB/CBAt é uma competição organizada pelo CPB e pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). São 159 atletas, com e sem deficiências, inscritos nas provas de pista e campo, que ocorrerão na manhã deste sábado, 15.
O evento terá participações de medalhistas paralímpicos, como a baiana Raíssa Machado, prata no lançamento de dardo da classe F56 (atletas que competem em cadeiras) nos Jogos de Tóquio 2020; o paulista Daniel Martins, ouro nos 400m da classe T20 (deficiência intelectual) nos Jogos do Rio 2016; a sul-mato-grossense Silvânia Costa, ouro no salto em distância da classe T11 (cegas) nos Jogos do Rio 2016 e Tóquio 2020; e o paranaense Vinícius Rodrigues, prata nos 100m da classe T63 (atletas que competem com prótese) nos Jogos de Tóquio 2020.
“É mais uma chance de melhorar a minha marca, pensando no Mundial. Também é sempre bom estar ao lado de atletas olímpicos, mesmo que, na minha prova, não haja competição direta, já que faço lançamento sentada. De qualquer forma, sentimos um estímulo nos Desafios CPB/CBAt”, disse Raíssa, que nasceu com má-formação nas pernas, referindo-se ao Mundial de atletismo paralímpico de Paris 2023, que acontecerá entre os dias 8 e 17 de julho.
V Internacional de badminton do Brasil
A competição começou na última segunda-feira, 10, e terminará no próximo domingo. São 268 atletas, dos quais 18 lideram o ranking mundial em suas respectivas classes, seja em simples ou duplas.
O Brasil está com 75 jogadores no evento, sendo que 17 deles estão entre os 10 melhores do mundo dentro de suas classes, a exemplo do paranaense Vitor Tavares, da classe SH6 (baixa estatura), que, atualmente, ocupa as segunda e terceira posições em duplas e simples, respectivamente.
Daniele Torres Souza, da classe WH1 (cadeirantes), também está no top-10 mundial, tanto em simples (5º) como em duplas (7º). Ambos os atletas foram campeões nas chaves de simples, em suas respectivas classes, no IV Internacional do Brasil em 2022.
“Estou muito feliz por estar mais uma vez em casa. Aqui é a casa do esporte paralímpico brasileiro. Eu me sinto bem à vontade. É algo incrível”, disse Vitor. “O nível da competição está muito alto. Tem campeão, segundo e terceiro colocados dos Jogos Paralímpicos de Tóquio na minha classe. Mas quero buscar o título. Ganhar em casa vai ser bom demais”, completou.