A polêmica envolvendo jogadores da Série B do Campeonato brasileiro 2022 em apostas esportivas tem gerado muita discussão nos últimos dias; virou manchete na imprensa.
Só há brecha para um esquema tão audacioso e escandaloso, que está sendo investigado pelo Ministério Público de Goiás, por não haver ainda a regulamentação do negócio, prometida para 2018 (e até agora, nada).
Passou da hora de regulamentar a atividade de apostas esportivas – já regularizada no Brasil.
E como bem disse Martín Fernandez em artigo preciso para o jornal O Globo, três questões devem se somar à regulamentação da atividade, que movimenta bilhões, para garantir segurança e credibilidade:
Criar órgãos de controle;
Estabelecer políticas de combate à lavagem de dinheiro;
Exigir o monitoramento de apostas contra fabricação de resultados.
Agora, é com Governo e autoridades!
Separando o joio do trigo
E não dá pra botar todo mundo no mesmo bolo, como, inclusive, parte da imprensa insinua. Nem todo mundo é pilantra ou adepto à ilicitudes. Aliás, até prova em contrário, os esquemas ilícitos partem de uma minoria ‘gatuna e gulosa’.
Esse é um dos grandes problemas no Brasil, aliás. Basta aparecer algum caso de corrupção ou ilícito em uma atividade que envolve o vil metal de Camões ($$$), que a opinião pública generaliza.
Quem se meter em esquemas, falcatruas, movimentos ilícitos, ou seja, quem tiver fora das regras, das normas ou da lei deve ser rigorosamente punido. E servir de exemplo.
Clubes e entidades esportivas também devem ficar vigilantes para evitar que ações erradas de gatunos ambiciosos, como manipulação de resultados, não os suje e os jogue no mesmo mar de lama.
A indústria das casas de apostas esportivas cresceu em ritmo acelerado nos últimos quatro anos e já é o maior patrocinador do futebol brasileiro.
O jogo precisa ser limpo.
Veja o que disse Martín em seu artigo:
“Perceba que até o Fifagate, maior investigação sobre corrupção na história do futebol, com dezenas de indiciados e presos em diversos continentes, a cúpula do futebol destronada, centenas de milhões de dólares movimentados em propinas, nunca tocou em manipulação de resultados. Até os maiores escroques da história do jogo precisavam que os resultados de campo fossem incontestáveis, puros, para poder operar seus esquemas com mais eficiência.”