A paixão pelo futebol começou cedo, ainda na barriga da minha mãe, que mesmo grávida de sete meses costumava frequentar os clássicos ABC x América, no saudoso Castelão, com o meu pai.
Aos 7 anos de idade já me vem as primeiras lembranças de brincadeiras com bola e de álbuns de figurinha.
Mas, foi na minha primeira Copa do Mundo, que lembro ter assistido, que essa paixão pelo esporte, em especial pelo futebol, floresceu de vez.
A 24 horas do início da 22ª Copa do Mundo FIFA, resolvi relatar, resumidamente, as 10 Copas que assisti:
1982 – A primeira Copa e uma paixão avassaladora pelo maior time que já vi jogar futebol. Infelizmente, a Seleção de Zico, Sócrates, Falcão e cia. sucumbiu antes da final, diante de uma Itália pragmática, que tinha um ‘bruxo’ iluminado: Paolo Rossi. Lembro de vários jogos daquele Mundial da Espanha e das figurinhas, que vinham no chiclete ping-pong.
1986 – Já com alguns títulos de torneios de futsal na escola, cansado de festejar títulos com o Flamengo de Zico, chorei ao assistir justamente o Galinho perder o pênalti que poderia ter dado a vitória sobre a França de Platini, nas quartas de final daquela Copa do México. Copa do cômico personagem da publicidade brasileiro, Araquen, o Show Man. Ah! E eu tinha o time de ‘caixa de fósforo’ da Argentina campeã, do gênio Maradona, que só não fez chover naquela Copa de 86.
1990 – A primeira gela. Já com 16 anos de idade e me recuperando de uma hepatite, foi frustrante tomar os primeiros goles de cerveja na derrota injusta do Brasil para a Argentina de Maradona e Canidja, ainda nas oitavas de final. Uma Copa para esquecer.
1994 – Uma Copa pra lá de especial. O primeiro título a gente nunca esquece. Estagiava pelo curso de Geologia, da gloriosa ETFRN, em Juína, extremo norte de Mato Grosso. Lembro ter ligado aos prantos, da casa onde ficava a sede da firma canadense, para o meu pai e gritando: “eu sou campeão do mundo também, porra!” (até aquele dia, meu pai sempre contava o quão foi emocionante o tri de 1970, e eu ficava com aquilo na cabeça, imaginando o dia em que eu sentiria a mesma sensação). Depois da final e da emocionante vitória nos pênaltis, É TETRA! e carreata pela minúscula cidade.
1998 – Soberba e frustração (I). Depois da disputa nos pênaltis contra a Holanda, nas quartas de final, eu tinha certeza que seríamos penta. Mas, na decisão contra a dona da casa e calo do Brasil em Copa do Mundo, França, aconteceu tudo aquilo lá com Ronaldo, antes do jogo, e o resultado foi uma pêia frustrante de 3 x 0. Chorei de raiva.
2002 – A primeira Copa como jornalista esportivo. E a sorte de festejar o penta com meu pai (ainda vivo, morreria 2 anos depois) e com minha então namorada, hoje, digníssima esposa, Romeyka. Assistimos ao jogo na casa do primo Madson e depois, eu e ela, fomos comemorar o título no Largo do Atheneu. Bom demais!
2006 – Soberba e Frustração (II). Com o quadrado mágico, mais uma certeza do título. Mas, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Kaká e Adriano decepcionaram. Já repórter da Tribuna do Norte, lembro ter editado várias páginas do jornal naquela Copa, e vi a frustrante derrota para a França (ela de novo), num evento, no Centro de Convenções de Natal.
2010 – A Copa da África do Sul, primeira no continente africano, foi bacana só por isso mesmo. Já vivíamos a expectativa da Copa no Brasil. Nem lembro direito dos jogos da Seleção nessa Copa. Estava mais entusiasmado com as matérias que estava escrevendo para o Portal Copa 2014, na condição de correspondente de Natal.
2014 – Finalmente, poderia assistir um jogo de Copa. Já fora da imprensa esportiva, assisti dois jogos na Arena das Dunas: Camarões x México, do grupo do Brasil, debaixo de um dilúvio, e Uruguai x Itália, o jogo da mordida de Suarez. Da Seleção, apesar da torcida (sempre), expectativa zero com um time fraco e emocionalmente abalado, que fez o Brasil passar a maior vergonha em Copas, com o fatídico 7 x 1, que depois virou adjetivo para tudo que é coisa negativa.
2018 – Copa fraquinha, de Seleção Brasileira e de nível técnico. Essa assisti com motivação zero também e sabendo que não tínhamos chance de levar o HEXA. Mas, como bom brasileiro, torci, fiz meu papel. Resultado: França campeã, olha ela aí de novo, com um passeio (4 x 1) sobre a Croácia.
Como deu pra perceber, falo com mais entusiasmo das Copas das décadas de 1980, época em que respirava futebol, seja jogando bola na rua nos três turnos do dia, se mamãe deixasse, o que geralmente não acontecia, jogando futebol de botão ou caixa de fósforo, ou assistindo jogos pela TV e no Machadão.
Que venha o HEXA, no Catar!